quarta-feira, 16 de junho de 2010

Uma ética para um novo milênio - Dalai Lama

O que estaria subjacente a toda esta situação de penúria? É interessante notar como por traz do sofrimento, do carma, encontra-se o outro lado da moeda, o darma. O problema está em que olhamos a realidade apenas por um viés: Perseguimos aquilo que nos dá prazer, negando o que nos faz sofrer. Esta confusão entre prazer e felicidade tem colocado o homem contemporâneo um tanto quanto confuso. Isto porque, "prazer", numa perspectiva budista não é sinônimo de felicidade. A felicidade é vista como um processo interno que vai se manifestando à medida que conseguimos acalmar a nossa mente do torvelinho que comumente ela sempre está. É justamente esta mente com os seus apegos a coisas externas que tem gerado o sofrimento humano. Porém, em geral, as pessoas não tem a devida consciência de como a mente funciona. Nesse sentido, tornam-se vítimas da própria confusão mental, mas apontam as causas dessa confusão na exterioridade. Segundo o Dalai Lama não temos que abrir mão de todas as benesses e conforto proporcionadas pela sociedade tecnológica. Porém, é preciso a parcimônia no uso dos bens materiais. Quanto mais mergulhamos no auto-conhecimento e na meditação, conseguimos lidar com nossos sentimentos "não tão nobres", não deixando que eles nos dominem. E nesse sentido passamos também a não querer dominar pessoas e nos apegar aos bens materiais que conquistamos ou queremos conquistar. Deixamos de projetar no exterior o nosso lado "sombra" que inconscientemente ou alienadamente projetamos. Assim, a paz e a felicidade pode ser percebidas em nossa interioridade, conforme sempre foi colocado pelas tradições religiosas em geral, não apenas pelo budismo. Portanto, o Dalai Lama chama a atenção para que a paz e a felicidade que redundam na conduta verdadeiramente ética, devem ser cultivadas na interioridade de cada um para depois serem disseminadas pela coletividade. Esse esforço pessoal de cada um e de todos é o que de fato pode construir uma sociedade mais humana.

Cintya Patricia de Albuquerque Tormes

Matrícula: 10926384

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